Algodão, de acordo com Debret (*) |
Hans Staden, em sua permanência nada voluntária entre os índios tupinambás, observou que seus hospedeiros praticavam o cultivo de alguns vegetais, tais como mandioca e pimenta, além de algodão. A variedade de algodão cultivada era, segundo ele próprio descreveu, arbustiva e ramosa. Podia chegar a ter cerca de dois metros de altura, não havendo erro na interpretação da medida antiga que empregou. Dava botões que, uma vez amadurecidos, se abriam, revelando o branco algodão, preso às sementes.
Em Zwei Reisen nach Brasilien (edição de Marburg, 1557) Staden assevera que os tupinambás, no que se refere ao vestuário, usavam simplesmente pinturas e adornos, principalmente de penas coloridas. Por que motivo, então, davam-se ao trabalho de cultivar algodão?
Isso se explica pelo fato de as fibras de algodão terem outros usos, dentre os quais Hans Staden menciona um: usavam-nas para a fabricação das redes nas quais dormiam.
(*) DEBRET, J. B. Voyage Pittoresque et Historique au Brésil vol. 1. Paris: Firmin Didot Frères, 1834. O original pertence à Brasiliana USP; a imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Democraticamente, comentários e debates construtivos serão bem-recebidos. Participe!
Devido à natureza dos assuntos tratados neste blog, todos os comentários passarão, necessariamente, por moderação, antes que sejam publicados. Comentários de caráter preconceituoso, racista, sexista, etc. não serão aceitos. Entretanto, a discussão inteligente de ideias será sempre estimulada.