Por séculos, os artigos de higiene pessoal tiveram fabricação caseira, mediante o uso de fórmulas que eram passadas de uma geração a outra, de modo muito semelhante ao que ocorria com receitas culinárias. Poucas eram as pessoas que tinham acesso a produtos mais sofisticados, preparados em pequena escala, de acordo com fórmulas mais do que secretas e postos à venda nas (poucas) lojas especializadas existentes. Por isso, a solução era, quase sempre, fazer, em casa mesmo, os sabões e sabonetes, enxaguatórios bucais e águas perfumadas de que se precisava, seguindo os mesmos procedimentos da mamãe, da vovó, da bisavó...
A produção dos mais diversos artigos em escala verdadeiramente industrial veio alterar esse panorama. Produtos de higiene pessoal ganharam maior oferta, tornaram-se mais baratos e seu uso virou coisa quase obrigatória, sinônimo de civilidade, de respeito do indivíduo para consigo mesmo e para com os semelhantes. Não é, portanto, nenhuma surpresa que os anúncios de artigos de higiene tenham proliferado - era preciso vender o que se produzia, convencendo os potenciais consumidores de que seu uso era indispensável. Meus leitores encontrarão, a seguir, dois ótimos exemplos disso.
Produto para limpeza dos dentes (¹)
Pergunto apenas o que é que um simpático gatinho teria a ver com um dentifrício...
Desodorante para os pés e axilas (²)
(1) O MALHO, 22 de setembro de 1906.
(2) A CIGARRA, 21 de abril de 1915.
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