Povos da Antiguidade construíram e usaram uma ampla variedade de instrumentos musicais. Seria quase impossível listar todos os recursos de que os antigos dispunham para fazer música, de modo que somente trataremos aqui dos instrumentos conhecidos entre os povos da região do Mediterrâneo e adjacências, bem como da Mesopotâmia e de alguns de seus vizinhos.
Na construção de instrumentos eram usados diversos materiais: madeira, ossos (de animais, mas, às vezes, até de humanos), chifres de animais, peles (para instrumentos de percussão), fibras vegetais e crinas de animais para cordas. O uso de metais também acontecia, sendo, porém, mais raro, já que demandava um conhecimento técnico, a metalurgia, que não estava disponível entre todos os povos.
Grupo de músicos com instrumentos, de acordo com um relevo assírio (¹) |
Músico grego com instrumento de cordas (³) |
Representação egípcia de uma raposa tocando flauta dupla (⁵) |
Para a percussão, supõe-se que mãos e pés tenham sido originalmente empregados, e que o desenvolvimento de uma vasta gama de tambores (excelentes para a prática coletiva da música), tenha acontecido com o desejo de ampliar a intensidade do som que se obtinha. Pratos ou címbalos e triângulos também tinham uso frequente.
Observem, leitores, que vários dos instrumentos aqui citados, depois de séculos de desenvolvimento das técnicas de construção, continuam ainda em uso. Não é interessante? Entretanto, há relativamente poucos exemplares de instrumentos da Antiguidade que chegaram até nossos dias. Isso acontece porque os materiais de que eram confeccionados nem sempre eram duráveis o bastante para uma sobrevivência de milênios.
Músicos nômades podiam tocar à noite, ao redor de fogueiras, quando descansavam, depois de caminhadas exaustivas acompanhando rebanhos; entre os sedentarizados, a música era ingrediente que não podia faltar nas festas em honra dos deuses ou nas comemorações das grandes conquistas militares. Em todos os casos, havia música para celebrar a vida, assim como para lamentar a morte. Temos um vínculo, pois, com os povos da Antiguidade: ainda que os instrumentos tenham evoluído, inclusive com o advento da música eletrônica, e que nossas canções sejam outras, não há dúvida que, aqui e ali, os temas ainda se repetem.
(1) LAYARD, Austen Henry. Discoveries on the Ruins of Nineveh and Babylon. London: John Murray, 1853, p. 455.
(2) Esse era um requisito importante entre nômades e seminômades.
(3) ADAMS, W. H. Davenport. Temples, Tombs and Monuments. London: T. Nelson and Sons, 1871, p. 56.
(3) ADAMS, W. H. Davenport. Temples, Tombs and Monuments. London: T. Nelson and Sons, 1871, p. 56.
(4) Evidência do compartilhamento de bens culturais e troca de informações nas áreas em que viviam esses povos.
(5) WRIGHT, Thomas. A History of Caricature & Grotesque in Literature and Art. London: Virtue Brothers & Co., c. 1864, p. 7.
(5) WRIGHT, Thomas. A History of Caricature & Grotesque in Literature and Art. London: Virtue Brothers & Co., c. 1864, p. 7.
Veja também:
Não mudamos muito, em essência. Continuamos a usar a música para celebrar a vida (nas festas) e a morte (nos rituais). E como seria triste este mundo sem música...
ResponderExcluirBeijinho Marta
Ruthia d'O Berço do Mundo
Estou de pleno acordo. O mundo, sem música, não teria a menor graça.
ExcluirA música é o canal que nos comunica com Deus, verticalmente, e com as pessoas, horizontalmente. O CEMUS - Centro de Educação Musical de Barueri, é o lado inclinado desta tríade.
ResponderExcluirInteressante seu conceito de música, Unknown.
ExcluirObrigada por visitar o blog e comentar.