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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sobre a comida que era servida nas hospedarias ao final da Estrada de Ferro D. Pedro II


Estação da Estrada de Ferro D. Pedro II (¹)

Suponha, leitor, que estejamos no Século XIX; suponha, ainda, que tenha nos passado pela ideia percorrer a Estrada de Ferro D. Pedro II. Ao fim dos (poucos) quilômetros que compõem o trajeto, estão os viajantes famintos. Eis a ocasião de um grande problema.
No Século XIX as hospedarias ou estalagens - chame como quiser - eram os locais em que se podia fazer uma refeição. Como não havia controle de preços e muito menos de qualidade, a higiene quase sempre passava longe das mesas e a conta, ao final, era absurda. Quanto à comida...
Só se achava o mais trivial, e isso com boa sorte. Há um depoimento da época, escrito por Augusto-Emílio Zaluar, que nos informa adequadamente:
"Um almoço de estalagem compõe-se ordinariamente do seguinte: arroz, feijão, carne de porco, farinha e vinho; e, quando o viajante se trata, acrescenta-se a esta lista uma galinha ensopada e um prato de ovos estrelados. O jantar e a ceia são moldados pelo mesmo teor." (²)
Quem viaja atualmente pelo Brasil sabe que pode, na maioria dos aeroportos, achar refeições pelo menos razoáveis. Os preços, no entanto, não sei se por paixão pela História, têm o hábito de recordar os costumes dos Século XIX. Eis aí um tipo de "patrimônio histórico" que eu não acharia nada mau que viesse abaixo!

(1) Estação da Estrada de Ferro D. Pedro II, de acordo com Sebastien Auguste Sisson. 
O original pertence à Biblioteca Nacional; a imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
(2) ZALUAR, Augusto-Emílio. Peregrinação Pela Província de São Paulo 1860 - 1861. Rio de Janeiro/Paris: Garnier, 1862, p. 3.


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