segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Leques para manter as fogueiras acesas

Vários autores que estiveram no Brasil nos Séculos XVI e XVII observaram que, mesmo quando fazia calor, indígenas acendiam fogueiras em suas habitações, perto da rede onde cada um deveria dormir. Por quê?
As redes tinham pelo menos dois propósitos: afastavam insetos incômodos e funcionavam como proteção contra animais maiores, que poderiam, sorrateiramente, entrar em uma moradia coletiva de indígenas enquanto todos dormiam. Sabe-se lá, então, o que poderia acontecer, se fosse o caso de uma onça, por exemplo, chegar sem ser percebida. E, é claro, em noites frias, uma fogueira servia para manter o ambiente aquecido.
Jean de Léry (*), que participou da fracassada tentativa francesa de estabelecer uma colônia no Rio de Janeiro conhecida como França Antártica - chegou ao Brasil em 10 de março de 1557 e ficou menos de um ano - notou que indígenas usavam um pequeno objeto destinado a abanar o fogo para mantê-lo aceso, e que lhe pareceu guardar certa semelhança com os leques usados por mulheres europeias. Seu nome indígena? Na maneira como Léry o entendia, era tatapecuá.

(*) Calvinista francês, depois de ter estado no Brasil, voltou à Europa e se tornou pastor protestante. Escreveu e publicou suas memórias com o título de Histoire d'un Voyage Faict en la Terre du Brésil.

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