É doloroso ver pássaros em gaiolas, e mesmo em viveiros. Não deveriam fazer uso das asas livremente? O costume de ter aves aprisionadas nada tem de novo, sendo possível inferir, por numerosos registros da Antiguidade, que muitos monarcas tinham orgulho em ostentar viveiros com a maior variedade possível de aves silvestres. Se um visitante estrangeiro queria presentear um rei, poderia estar certo de agradar se apresentasse uma ave ou animal exótico. Curiosamente, até mesmo tributos de povos dominados eram, às vezes, pagos, em parte, com seres vivos considerados extravagantes.
Plínio, o Velho, no Livro X de Naturalis Historia, atribuiu a introdução, entre os romanos, da moda de ter um aviário, a certo aristocrata de Brindisi: "O primeiro a ter um aviário contendo toda sorte de aves foi M. Lænius Strabo, da Ordem Equestre de Brindisi. Com ele teve início o costume de colocar em jaulas os seres vivos que a natureza havia destinado aos céus." (*)
Sim, Plínio estava certo no entendimento de que as aves haviam nascido livres e deveriam voar como bem entendessem. Não estendeu a reflexão, contudo, ao fato de que seres humanos eram, também, livres por natureza, e não deveriam ser escravizados. Como se sabe, a economia romana estava edificada sobre a exploração da força de trabalho cativa, e não era usual que se imaginasse uma mudança nesse padrão, tão pérfido quanto conveniente para os proprietários de escravos e para a grandeza do Império.
Plínio, o Velho, no Livro X de Naturalis Historia, atribuiu a introdução, entre os romanos, da moda de ter um aviário, a certo aristocrata de Brindisi: "O primeiro a ter um aviário contendo toda sorte de aves foi M. Lænius Strabo, da Ordem Equestre de Brindisi. Com ele teve início o costume de colocar em jaulas os seres vivos que a natureza havia destinado aos céus." (*)
Sim, Plínio estava certo no entendimento de que as aves haviam nascido livres e deveriam voar como bem entendessem. Não estendeu a reflexão, contudo, ao fato de que seres humanos eram, também, livres por natureza, e não deveriam ser escravizados. Como se sabe, a economia romana estava edificada sobre a exploração da força de trabalho cativa, e não era usual que se imaginasse uma mudança nesse padrão, tão pérfido quanto conveniente para os proprietários de escravos e para a grandeza do Império.
(*) PLÍNIO, o Velho, Naturalis Historia, Livro X. O trecho citado foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
Veja também:
Que dizer, para além de constatar que os Romanos eram os novos ricos da Antiguidade? :)
ResponderExcluirUma Santa Páscoa, Marta :)
Eram, e tinham o comportamento correspondente a essa condição.
ExcluirUma feliz e santa Páscoa também aí!