Não se surpreendam, leitores: quando iam à guerra, indígenas andavam mesmo em fila indiana.
Gabriel Soares, que foi senhor de engenho na Bahia e um ousado explorador do território do Brasil no Século XVI, assim explicou o modo como guerreiros nativos se punham em marcha para lutar contra uma aldeia inimiga:
"Antes que se abalem, faz o principal capitão a dianteira, que eles têm por grande honra, o qual vai mostrando o caminho e lugar onde hão de dormir cada noite. E a ordenança com que se põem a caminho é um diante do outro, porque não sabem andar de outra maneira [...]." (¹)
Seguiam, portanto, sempre em fila indiana. Já perto do local do combate, aguardavam, escondidos na floresta, até que a ocasião fosse considerada favorável, o que geralmente ocorria de madrugada. Em meio às trevas e com enorme alarido, iam ao ataque, fazendo da surpresa um uso nada desprezível.
(1) SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil em 1587. Rio de Janeiro: Laemmert, 1851, p. 330.
Índios puris caminhando em fila indiana (²) |
(1) SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil em 1587. Rio de Janeiro: Laemmert, 1851, p. 330.
(2) D'ORBIGNY, Alcide. Voyage Pittoresque dans les Deux Amériques. Paris: Furne et Cie., 1841. A imagem foi editada para facilitar a visualização neste blog.
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