quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

As festas de aniversário dos antigos persas

Não se pode acreditar em tudo o que Heródoto dizia. Ele próprio, embora assegurasse que procurava encontrar testemunhas confiáveis, não se dispunha a assumir a responsabilidade pelas informações, alegando que apenas contava aquilo que ouvia. A despeito disso, suas Histórias são muito interessantes e, sob vários aspectos, corroboradas por outros autores da Antiguidade e por pesquisas posteriores, tanto no campo da História como no da Arqueologia, ainda que alguns dos relatos contenham tolices cabeludas. Isto posto, leitores, o assunto de hoje é a comemoração de aniversários de nascimento entre os antigos persas - de acordo com Heródoto, é claro.
Como ainda acontece, a celebração de um aniversário dependia da situação econômica do aniversariante e de sua família. Outras datas também tinham festejos, mas a do nascimento seria, entre os persas, a favorita. Se o aniversariante era um sujeito rico e importante, convidava muita gente, e as mesas eram cobertas com animais inteiros (por suposto, depois de abatidos e assados). Heródoto menciona que a comilança incluía bois, jumentos, cavalos e até camelos. Que apetite!
Por outro lado, se o aniversariante não tinha recursos para tais acepipes, ainda assim festejava a data, com menos animais e de menor porte... Quem de vocês, leitores, aceitaria o convite?


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2 comentários:

  1. A História tem destas coisas: o que antes parecia um festim, hoje parece cena quase abominável. Isso leva-me a levantar uma questão à Marta: um historiador, para melhor entender o seu objecto de estudo, não tem que tentar "mergulhar" na época em análise, sentir os anseios das pessoas, os seus gostos limitados ao tempo em que viviam? Acredito, piamente, que a resposta seja um sim.

    Abraço

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    Respostas
    1. Tem, sim, e é parte importante do crescimento profissional desenvolver a sensibilidade para isso. Não é tarefa fácil, uma vez que exige deixar de lado todo preconceito de superioridade cultural de uma época (a nossa!) em relação a qualquer outra. Mas é necessário, o que não exclui a utilidade da comparação, para efeitos de estudo, entre diferentes épocas, povos e culturas.

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