Pode parecer estranha a presença destes simpáticos roedorezinhos em um blog dedicado à História e assuntos correlatos. Mas não é. Os europeus que chegaram à América em fins do século XV supunham que haviam encontrado um caminho para as Índias navegando para o Ocidente e, em sua essência, a ideia era correta, não fosse pela existência de um "pequeno obstáculo" na rota, ou seja, o Continente Americano. Por essa razão, durante algum tempo, espécies animais e vegetais originárias da América foram chamadas "da Índia" ou "das Índias" e, em alguns casos, o nome equivocado sobreviveu, como ocorre com o porquinho-da-índia, cuja designação incorre em erro tanto taxionômico quanto geográfico, já que o serzinho herbívoro não é nem porco, nem da Índia...
Há evidências de que o porquinho-da-índia (Cavia porcellus) é originário dos países andinos, preferindo viver em áreas de vegetação rasteira. Ocorre que, pela época da invasão espanhola ao Império Inca, comandada por Francisco Pizarro, já era domesticado e criado em cativeiro e, ritualmente, era sacrificado sempre que se desejava obter dos deuses colheitas satisfatórias, além de servir de complemento à alimentação das camadas mais pobres. Sabe-se também que causou sensação ao ser levado à Espanha, do mesmo modo que muitas outras espécies até então desconhecidas na Europa. Usados em laboratórios para experimentos científicos, os porquinhos-da-índia têm hoje muitos admiradores, de preferência não mais como especialidade culinária (assim espero), mas como animaizinhos de estimação. Ótimo! Portanto, longa vida aos porquinhos-da-índia (o que, nessa espécie, significa mais ou menos uns sete anos).
Paciente e herbivoramente, esse espécime devora seu alimento... Veja também: |
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