terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

As tarifas de correios na Corte do Império do Brasil

"É a primeira vez que a nossa velha tia recebe carta pelo correio... o fato nos tornou curiosos."
Joaquim Manuel de Macedo, Uma Pupila Rica

Que tarifa era cobrada para a remessa de correspondência no Império?
Decretos de 1865 e 1866 determinaram que em todo o Brasil se cobrasse um valor padrão de 100 réis para a remessa de cartas, valor esse que seria elevado de acordo com a seguinte tabela (¹), caso a correspondência fosse superior a 15 gramas:


Entretanto, na Corte (Rio de Janeiro), havia também o correio urbano, cujas tarifas eram as seguintes (²):


Entretanto, acrescentava-se uma informação muito interessante:
"Pagará, porém, somente a taxa de 20 réis, cada uma das cartas especificadas nos parágrafos seguintes:
1º Participações de casamento e de nascimento.
2º Convites de enterro.
3º Bilhetes de visita, não excedendo a dois em cada capa.
4º Circulares, prospectos e avisos diversos."
Por aí se vê, leitor, que eventos eram considerados prioritários na vida em sociedade (a ponto de merecerem desconto nas tarifas) e qual era o papel social que desempenhavam os correios na época - nesse caso particular, no que se refere à convivência na Capital do Brasil.

(1) Folhinha de Modinhas para o Ano Bissexto de 1869. Rio de Janeiro: Livraria de Antônio Gonçalves Guimarães Comp., p. 133.
(2) Ibid., p. 134.


Veja também:

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