"A um malfeitor qualquer", escreveu Tertuliano em sua Apologia, "torturam para que confesse seu crime, mas os cristãos são torturados para que neguem sua fé" (¹).
Era o ano 200 d.C.; Sétimo Severo ocupava o posto de imperador em Roma e a perseguição aos cristãos era feroz. Mas que torturas, afinal, eram essas a que se referiu Tertuliano?
Ele próprio fez uma lista, que incluía estes itens:
- Eram pregados em cruzes e paus;
- Tinham as costas destroçadas com unhas de ferro;
- Eram decapitados (²);
- Eram queimados vivos;
- Eram condenados a trabalhos forçados nas minas;
- Sofriam condenação ao desterro em ilhas.
Ninguém imagine que Tertuliano estava exagerando, porque, se fosse esse o caso, o argumento de que se servia para demonstrar que as perseguições eram injustas teria pouco ou nenhum peso. Presume-se que essa coleção de horrores não foi inventada simplesmente para destroçar cristãos. Já existia e, de hábito, era empregada quando a intenção era arrancar (ou fabricar) confissões daqueles a quem se imputavam delitos ou quando o objetivo era punir criminosos comuns.
Para quem achou tudo isso demasiado absurdo, lembro que a humanidade já viveu tempos brutais. É duvidoso, entretanto, que, desde então, tenha melhorado bastante - os leitores que estão familiarizados com a História, remota ou recente, sabem muito bem o que quero dizer.
(1) O trecho citado da Apologia de Tertuliano foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(2) Decapitar é cortar a cabeça. Não era, portanto, apenas um método de tortura, mas a execução de uma sentença de morte, o que também ocorria quando cristãos eram queimados vivos.
Veja também:
(1) O trecho citado da Apologia de Tertuliano foi traduzido por Marta Iansen, para uso exclusivamente no blog História & Outras Histórias.
(2) Decapitar é cortar a cabeça. Não era, portanto, apenas um método de tortura, mas a execução de uma sentença de morte, o que também ocorria quando cristãos eram queimados vivos.
Veja também:
Se ao menos os cristãos não tivessem continuado o ciclo de violência e tortura contra aqueles que não partilhavam a sua fé, que tinham sinais no rosto, que sabiam a ciência das plantas, etc, etc.
ResponderExcluirNós seres humanos não aprendemos facilmente as coisas que são realmente importantes...
E fato indiscutível que a Igreja perseguida veio a ser, posteriormente, também perseguidora. Não é fácil romper o ciclo. Nem é preciso procurar muito para encontrar uma multidão de outros exemplos. Mas é preciso tentar, e se a perseguição foi, muitas vezes (e lamentavelmente), em nome da fé, a ruptura também pode e deve ser, não é mesmo?
ExcluirDesde que instalada uma suposta verdade, os guardiões do regime tudo farão para que ela assim se mantenha. Foi assim, assim tem sido, resta saber o que acontecerá amanhã. Mas não é difícil adivinhar.
ResponderExcluirUm abraço, Marta :)
Já viu quem é favorecido pela situação do momento desejar alguma mudança?
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