Em tempos passados (refiro-me à Antiguidade), os reis e outros governantes tinham, em seu arsenal de funcionários públicos, gente especializada em vasculhar o céu, à procura, não de conhecimento científico, como hoje o entendemos, mas de supostas datas favoráveis para guerras, acordos com outros monarcas, casamentos reais e toda uma série de eventos que podia interessar à dominação de uma certa área. O fato interessante é que de tanta pesquisa resultou tanto uma porção de tolices (embora haja muita gente que ainda acredite nelas), quanto as bases para o que viria a ser a ciência que conhecemos como astronomia.
No período medieval, os estudiosos seguiram mantendo uma confusa mescla de ciência e superstição, uma vez que os recursos técnicos para o estudo dos fenômenos celestes eram, reconheçamos, realmente escassos. Só pelas alturas do Renascimento é que as coisas começaram a mudar, ainda que ao preço de muito incômodo para investigadores audaciosos que ousavam contestar as crenças comumente aceitas e referendadas por gente que se considerava sábia demais para ter de aprender alguma coisa nova. Hoje, felizmente, ninguém precisa dar explicações quando resolve espetar o nariz no céu, seja por interesse científico, por mera curiosidade ou até por fantasias românticas. No máximo, parentes, amigos ou vizinhos podem achar que melhor que andar com os olhos nas estrelas é prestar atenção nos problemas daqui da Terra mesmo.
A despeito disso, quando algum fenômeno facilmente observável ocorre, pode-se ver gente que, mesmo usualmente não tendo qualquer interesse por astronomia, reúne-se em grupinhos nas esquinas, olhos no céu, tentando alardear grande conhecimento - bem ou mal, isso é resultado de uma divulgação mais ampla de informações, de mais escolaridade, talvez de uma certa democratização do saber, ainda que, ao menos por hora, muito longe do padrão desejável. Foi o que aconteceu desde o entardecer do sábado, dia 5 de maio de 2012, pela ocorrência da chamada "superlua", ou lua no perigeu. Fui também fazer minhas fotos, e compartilho uma delas com meus leitores: nosso satélite parece uma frágil lanterna oriental balançando ao vento, delicadamente presa a um poste (torto) da rede de energia elétrica, à margem de uma estradinha rural...
No período medieval, os estudiosos seguiram mantendo uma confusa mescla de ciência e superstição, uma vez que os recursos técnicos para o estudo dos fenômenos celestes eram, reconheçamos, realmente escassos. Só pelas alturas do Renascimento é que as coisas começaram a mudar, ainda que ao preço de muito incômodo para investigadores audaciosos que ousavam contestar as crenças comumente aceitas e referendadas por gente que se considerava sábia demais para ter de aprender alguma coisa nova. Hoje, felizmente, ninguém precisa dar explicações quando resolve espetar o nariz no céu, seja por interesse científico, por mera curiosidade ou até por fantasias românticas. No máximo, parentes, amigos ou vizinhos podem achar que melhor que andar com os olhos nas estrelas é prestar atenção nos problemas daqui da Terra mesmo.
A despeito disso, quando algum fenômeno facilmente observável ocorre, pode-se ver gente que, mesmo usualmente não tendo qualquer interesse por astronomia, reúne-se em grupinhos nas esquinas, olhos no céu, tentando alardear grande conhecimento - bem ou mal, isso é resultado de uma divulgação mais ampla de informações, de mais escolaridade, talvez de uma certa democratização do saber, ainda que, ao menos por hora, muito longe do padrão desejável. Foi o que aconteceu desde o entardecer do sábado, dia 5 de maio de 2012, pela ocorrência da chamada "superlua", ou lua no perigeu. Fui também fazer minhas fotos, e compartilho uma delas com meus leitores: nosso satélite parece uma frágil lanterna oriental balançando ao vento, delicadamente presa a um poste (torto) da rede de energia elétrica, à margem de uma estradinha rural...
Para os leitores que não gostam dessas brincadeiras, fica o consolo de que as postagens sérias retornam a partir da próxima terça-feira.
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