Sobre o lixo lançado no rio Tietê, ou um retrato da estupidez da espécie humana
Quem percorre a SP 312 (ou Estrada-Parque, ou ainda Estrada dos Romeiros) pode até se encantar com a paisagem, mas não precisa viajar muitos quilômetros (no sentido Itu - Santana de Parnaíba) para dar-se conta de que os maus hábitos da humanidade não estão, de modo algum, ausentes. Basta chegar até a barragem de Itu.
Ora, alguém dirá, o que há de errado aí? É simples, vem com a água:
Pode até parecer divertido tentar contar quantos tipos diferentes de embalagens, e outros objetos (até partes de um carrinho de bebê!) podem ser encontrados, mas a verdade é que isso não tem graça nenhuma.
Primeiro, é preciso lembrar que essa quantidade de porcarias é, em parte, resultado do consumo desenfreado, que não leva em conta o fato de que, mais algum tempo, e a humanidade estará instalada entre montanhas de lixo, os "aterros sanitários", "lixões", etc., como, a propósito, já acontece em alguns lugares.
Em segundo lugar, a maior parte desses objetos que "navegam" pelo Tietê deveria ter sido encaminhada para reciclagem. Mas, como todo mundo sabe, isso não faz parte do quotidiano da maioria das cidades brasileiras.
Além de tudo isso, é preciso assinalar que jamais o lixo deveria ser jogado, quer no próprio rio, quer em vias públicas. Neste último caso, irá acabar entupindo as galerias de águas pluviais, o que contribui muito para inundações em épocas de chuvas fortes (embora isso não explique, isoladamente, todo o problema, mas serve para lembrar que, às vezes, haverá gente afetada por enchentes que fez sua parte para que elas ocorressem, ainda que muitos cidadãos conscientes, que não lançam o lixo em qualquer lugar, também sofram pelos erros alheios). Das galerias, acabará indo para os rios - isso sem falar no que é lançado diretamente nos próprios cursos d'água.
Então, que os senhores cidadãos, quer governados, quer governantes, estejam cientes de suas responsabilidades, tanto na aplicação de políticas educativas sobre o consumo responsável, quanto no desenvolvimento de um programa efetivo de reciclagem, o que não dispensa ninguém da obrigação de nunca, nunca mesmo, espalhar lixo em local indevido.
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