|
Corujas-buraqueiras em vigilância alternada |
Enquanto escrevo, ali no gramado um par de corujas-buraqueiras (Athene cunicularia) vigia a entrada do ninho. Por que será que em algumas culturas as corujas são consideradas mensageiras de acontecimentos infelizes? Talvez a explicação esteja no grito estridente que emitem. À noite, quando tudo o mais está em silêncio, não é mesmo música das mais agradáveis.
|
Corujinha, artesanato karajá |
É verdade que entre os antigos gregos o mocho era símbolo de sabedoria, em virtude de sua associação com a deusa Palas Atena. Já entre indígenas do Brasil, o conceito sobre as estrigiformes era (ou é) um tanto variável. Vejam, leitores, o que se encontra no Itinerário e Trabalhos da Comissão de Estudos da Estrada de Ferro do Madeira e Mamoré, datado de 1885, sem menção a uma etnia indígena específica, mas com certeza fazendo referência a quem vivia no Norte do Brasil: "A coruja passa por agoureira; grasnando junto à taba (casa), é sinal de que vai morrer pessoa da família. Se, porém, passam patos-do-mato por cima da casa é aviso de próxima visita de pessoas de consideração" (*). Que dizer, no entanto, da bela corujinha aí ao lado, um brinquedo simpático, em artesanato karajá contemporâneo?
Quanto a vocês que leem este texto, que ideia têm sobre as corujas? Eu, particularmente, até gosto delas, e, por isso, resolvi homenageá-las aqui com algumas fotos, por conta do "& Outras Histórias" deste blog. Divirtam-se!
|
Corujas-buraqueiras em árvore |
|
Dona coruja e seus filhotes |
(*) _____. Itinerário e Trabalhos da Comissão de Estudos da Estrada de Ferro do Madeira e Mamoré. Rio de Janeiro: Soares e Niemeyer, 1885, p. 128.
Veja também:
Ótima fonte história. Belíssimas fotografias.
ResponderExcluirBoa noite, Wendell, obrigada pelo comentário tão gentil.
Excluir