Na maior parte das culturas, o início de um novo ano (ou de um novo ciclo no calendário, ainda que não necessariamente um período de mais ou menos 365 dias) vem acompanhado de festividades e intensa expectativa. Assume-se um consenso amplamente coletivo de que o novo ano representa a "virada de página" para os problemas do ano anterior. E expressões do tipo "ano novo, vida nova" são repetidas como verdade incontestável, quase sempre acompanhadas de promessas e resoluções que, de qualquer modo, têm a estranha capacidade de entrar em envelhecimento precoce tão logo as luzes das festas comecem a desaparecer.
Interessante (e muito humano) esse hábito de estabelecer datas, o mais das vezes aleatórias, como marcos da passagem do tempo. Seriam elas, quem sabe, uma tentativa de exercer controle sobre o tempo? Se for assim, a tentativa é não apenas inútil, mas resulta em ferramenta cruel, servindo antes para recordar-nos de que o tempo, enquanto categoria indefinível (como bem lembrou Agostinho de Hipona), é metrônomo que bate o compasso de nossa transitoriedade, alheio à melodia, alegre ou triste, que tocamos (ou deixamos tocar) em nossas vidas.
Demais disso, os calendários são em grande parte calcados em convenções, ainda que obedeçam a um fundamento astronômico. Tanto faz se um calendário começa em 1º de janeiro, ou fevereiro, ou março... O caso é que nós, ocidentais, usamos um calendário cujo ano estreia em 1º de janeiro e, por isso, a maioria de nós está, a estas horas, vivendo uma tortura autoimposta de correria e intensos preparativos para celebrar a chegada do novo ano. Então, para não decepcionar a você, leitor, vão aqui meus votos de feliz ano-novo, acompanhados da recomendação de que releia este post no próximo dezembro (prometa!). Eu lhe asseguro que ele estará novinho em folha, como hoje. E nós, naturalmente, um ano mais velhos.
Interessante (e muito humano) esse hábito de estabelecer datas, o mais das vezes aleatórias, como marcos da passagem do tempo. Seriam elas, quem sabe, uma tentativa de exercer controle sobre o tempo? Se for assim, a tentativa é não apenas inútil, mas resulta em ferramenta cruel, servindo antes para recordar-nos de que o tempo, enquanto categoria indefinível (como bem lembrou Agostinho de Hipona), é metrônomo que bate o compasso de nossa transitoriedade, alheio à melodia, alegre ou triste, que tocamos (ou deixamos tocar) em nossas vidas.
Demais disso, os calendários são em grande parte calcados em convenções, ainda que obedeçam a um fundamento astronômico. Tanto faz se um calendário começa em 1º de janeiro, ou fevereiro, ou março... O caso é que nós, ocidentais, usamos um calendário cujo ano estreia em 1º de janeiro e, por isso, a maioria de nós está, a estas horas, vivendo uma tortura autoimposta de correria e intensos preparativos para celebrar a chegada do novo ano. Então, para não decepcionar a você, leitor, vão aqui meus votos de feliz ano-novo, acompanhados da recomendação de que releia este post no próximo dezembro (prometa!). Eu lhe asseguro que ele estará novinho em folha, como hoje. E nós, naturalmente, um ano mais velhos.
Fogos de artifício para celebrar a chegada do Ano-Novo em Brasília - DF |
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