A dificuldade existe desde tempos imemoriais - como descobrir se alguém acusado de um delito qualquer é ou não culpado?
Da Mesopotâmia de uns mil e setecentos anos antes de Cristo veio o Código de Hamurabi, segundo o qual o denunciado devia ser jogado no rio Eufrates. Se sobrevivesse, era declarado inocente. Se não... Se não, era considerado culpado, já estava, de todo modo, morto e, como vantagens adicionais, poupava aos magistrados o trabalho da execução e lançava a responsabilidade da sentença sobre as águas do rio ou sobre os deuses.
Os saxões que, durante a Idade Média, foram migrando da Europa Continental para a Grã-Bretanha, tinham um método para determinar a culpabilidade que lembra um pouco a "lógica" do Código de Hamurabi. Como verão, senhores leitores, o procedimento era bastante simples.
Uma bola de ferro era aquecida, até que ficasse incandescente. O acusado era então trazido à presença dos magistrados, sendo por eles convidado a segurar a dita bola de ferro. Se não sofresse qualquer queimadura, era declarado inocente e, ato contínuo, posto em liberdade. Antes dessa horripilante prova o acusado ou acusada tinha um tempo apropriado para jejuar e fazer suas orações, o que era, afinal, uma evidência de grande humanidade e justiça, não é mesmo?
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